Livros consultados para levantamento histórico de Vila Bela da Santíssima Trindade, 20/10/2020
Vila Bela da Santíssima Trindade é o berço da história e da cultura do Mato Grosso. Distante 521 km de Cuiabá. Com cerca de 17 mil habitantes. Conta com o maior parque estadual do Mato Grosso. Além das suas belezas naturais, Vila Bela é rica em história, cultura e luta do povo negro. Pensando nisso, essa semana preparamos uma série de post's relacionados a história de Vila Bela da Santíssima Trindade.
Vêm com a gente e conheça um pouco mais dessa cidade considerada a ‘Pérola negra de Mato Grosso’
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Cidade localizada no Vale do rio Guaporé, na margem direita desse majestoso rio; fronteira sul e a oeste com a Bolívia. Situa-se na porção oeste do estado de Mato Grosso, limitando-se, ao norte, com o munícipio de Comodoro; a leste, com os munícipios de Pontes e Lacerda e de Nova Lacerda
Primeira capital de Mato Grosso, Vila Bela da Santíssima Trindade foi fundada em 19 de março de 1752, pelo Capitão Dom Antônio Rolim de Moura, que chegou à região com ordens régias para instituir o governo da Capitania de Mato Grosso, desmembrada da Capitania de São Paulo ‘com a justificativa de proteção às minas, mas nas entrelinhas encontrava-se a justificativa da defesa da fronteira entre Portugal e Espanha’ (Gonçalves, 2015).
Vila Bela foi escolhida especialmente para a instalação da primeira capital mato-grossense, com projeto elaborado em Portugal e as plantas das casas feitas no Rio de Janeiro. O que a torna uma das primeiras cidades planejadas do país. Até projeto para implantação da primeira Faculdade de Medicina no país nesse período colonial Vila Bela teve, mas nunca foi concretizado.
Imagem disponível no livro Mato Grosso e seus Municípios, 2001
O nome do local onde foi fundada a vila, às margens do rio Guaporé era Pouso Alegre (nome da principal e mais antiga rua da cidade, localização do nosso Hostel), no ponto mais ocidental do então reino português, escolhido como sede pelas condições de terreno, solo e possibilidades de defesa. A escolha do nome vinha do costume colonial de designar por “Villa” a sede municipal e expressão de admiração pelo lugar - bela.
Capital de Mato Grosso de 1752 a
1820, Vila Bela da Santíssima Trindade teve grande destaque político e
econômico, garantindo a expansão e preservação do território fronteiriço. ‘Vila
Bela, como capital da Província de Mato Grosso, era a presença concrete do
poder português na desconhecida fronteira amazônica, região cobiçada por suas
riquezas inimagináveis.’ (Gonçalves, 2015)
A partir de 1820, dividiu com
Cuiabá a administração provincial. Foi o ano da descentralização política e Vila
Bela passou a denominar-se cidade de Mato Grosso.
No início do período da construção
da cidade houve um progresso muito grande, devido aos investimentos fiscais
para os novos moradores. No entanto, as dificuldades de povoar a região
(distância, faltas de rotas comercial, alto custo para manutenção da cidade...)
e o estabelecimento de um importante centro comercial em Cuiabá, acabaram
forçando a transferência da capital. Em 1835, a capital de Mato Grosso passa a
ter sede em Cuiabá.
Como uma cidade deixada de lado,
Vila Bela não resistiu. Foi totalmente abandonada pelos moradores brancos,
deixando casas, estabelecimentos comerciais e escravos para trás. Com isso, os
homens negros, considerados escravos, que foram deixados para trás,
gradativamente vão conquistando o espaço, ação que permitiu o engajamento como
sujeitos num processo político de construção do grupo.
A cidade de Mato Grosso recuperou
o nome definitivo de Vila Bela da Santíssima Trindade pela Lei Estadual nº
4.014, de 29 de novembro de 1978.
As divisões e emancipações de
distritos dos municípios de Vila Bela e Cáceres, no final do século XX, deram
origem aos 22 novos municípios dessa região sudoeste mato-grossense.
Fonte:
- cultura.mt.gov.br
Livros:
- Vila Bela da Santíssima
Trindade: a Pérola Negra de Mato Grosso, 2015
- Mato Grosso e seus Municípios,
2001
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